Atendendo reivindicação de diversos associados, a diretoria da ACS (Associação e Centro Social dos Policiais Militares e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul) se reuniu, nesta terça-feira (29), com o comandante-geral da PM, coronel Marcos Paulo Gimenez, para discutir uma série de assuntos de interesse da tropa.
O primeiro deles é o eventual retorno de processo seletivo interno para o CFS (Curso de Formação de Sargentos) por mérito intelectual. Para a entidade, a possibilidade de um novo edital nestes moldes causa, além de alvoroço, “instabilidade” na corporação.
“Atualmente temos muitos policiais militares que, ou estão aguardando o próximo CFS, ou estão em vias de ingressar nas listas vindouras do quadro de acesso e, na atual conjuntura, alterar as regras de ingresso no curso causou grande temor nos associados que se enquadram na situação”, apontou a entidade, em documento protocolado no Comando Geral da Polícia Militar.
No entendimento da ACS e seus diretores, o policial “antigo” acaba por criar expectativas com o tão almejado CFS e, diante da possibilidade de processo seletivo, acaba diminuindo as vagas destinadas aos mesmos. “Certamente haverá diminuição também na autoestima da tropa, somada aos anos acumulados sem reajuste salarial”, frisou.
A ACS ainda destacou a necessidade de se qualificar a tropa, porém, sem deixar de valorizar os policiais mais antigos. Por isso, faz-se necessário a realização de cursos regulares, de maneira que a fluidez funcional seja garantida.
“Compreendemos a intenção do Comando, que teremos graduados mais qualificados, contudo, com todo o respeito e civilidade solicitamos que Vossa Senhoria, como excelente administrador e Comandante, primeiramente, envide esforços no sentido de articular para que haja o engajamento do Governo do Estado em viabilizar para que nossos policiais tenham cursos regulares, dessa maneira a carreira policial militar fluirá tranquilamente, sem percalços, oportunizando o planejamento da carreira pelo PM, sendo fatores que com certeza elevarão a autoestima do mesmo. Entretanto, se possível, que as mudanças quanto ao ingresso no CFS ocorram para abranger turmas que nesse momento ainda não tem expectativas de frequentar o referido curso”, finalizou o texto.
Escala –Já quanto a possível alteração da escala de serviço para 12×24/12×48 (doze horas de serviço por vinte e quatro horas de folga e doze horas de serviço por quarenta e oito horas de folga), de certa forma não interferirá na quantidade de horas trabalhadas/descanso do policial militar, avalia a ACS. Contudo, a entidade pontua, nesse aspecto, a necessidade de regulamentação e fixação da jornada de trabalho policial militar.
“Entendemos crucial definir e assegurar o devido período de descanso a nossos valorosos policiais militares, sendo que se efetivada a alteração da escala para maneira proposta, o período de descanso será fracionado. Ainda, levando em consideração que muitos de nossos policiais militares residem em localidade diversa daquela que prestam serviço, o tempo de deslocamento para o cumprimento da escala, consequentemente, interferiria no período de folga”, considerou.
Segundo o presidente da entidade, cabo Mario Sérgio Couto, o comandante da Polícia Militar se mostrou sensível às demandas da classe, e garantiu comprometimento para que os anseios da corporação sejam atendidos.
Presídio Militar – A reunião serviu ainda para discutir o projeto de lei do deputado estadual Lídio Lopes que visa manutenção, nas dependências do PME (Presídio Militar Estadual), dos ex-policiais militares que perderam suas patentes. Hoje, policiais militares que são condenados e expulsos da corporação, por exemplo, são alojados nos presídios comuns.
Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da ACS