sábado, novembro 23
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Cabo Couto critica projeto do abuso de autoridade: “estamos algemados”

O presidente da ACS (Associação e Centro Social dos Policiais Militares e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul), cabo Mario Sérgio Couto, teceu duras críticas ao projeto que define em quais as situações será configurado o crime de abuso de autoridade. Ele participou, na tarde desta segunda-feira (18), de um ato de protesto contra a proposta realizado em frente ao Fórum de Campo Grande.

“Realmente, nós, policiais militares, que somos a linha de frente, estamos algemados. Da maneira como está, estamos respondendo sindicância sobre sindicância. Imagina se esse projeto for para frente, o que nós faremos? Quem vai pagar essa conta é a sociedade”, avisou Couto.

No último dia 14, a Câmara dos Deputados aprovou um regime de urgência para o projeto e, horas depois, realizou uma votação simbólica, em que o eleitor não consegue saber como votou cada parlamentar.

O texto considera crime, entre outros pontos, submeter o preso ao uso de algemas quando não há resistência à prisão. Além disso, proíbe a captura, prisão ou busca e apreensão de pessoa que não esteja em situação de flagrante delito ou sem ordem escrita de autoridade judiciária.

“Nós, infelizmente, não vamos poder mais nada. Eu sou policial da velha guarda, tenho 28 anos de serviço. Quando entrei na corporação, a PM era a PM. Hoje, somos bonecos fardados e não temos autoridade mais. Pedimos o veto total a esse projeto. Se for para frente, a polícia estará de mãos atadas”, finalizou Couto.

Ao final do protesto, o Cabo Couto, em um ato simbólico, algemou o presidente da Associação Sul-mato-grossense dos Membros do Ministério Público, Romão Milhan Júnior, e entregou ao promotor um buquê de flores. “É assim que a segurança pública está se sentindo. Às 3h da manhã, como vou abordar um meliante? Dando uma florzinha? Do jeito que vai esse projeto, é assim que será”, finalizou.

Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da ACS

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