domingo, novembro 24
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Dia Mundial da Saúde Mental promove reflexão sobre estresse do trabalho policial

Psicóloga Alícia Couto, que realiza os atendimentos na ACS.
Psicóloga Alícia Couto, que realiza os atendimentos na ACS.

Celebrado anualmente no dia 10 de outubro, o Dia Mundial da Saúde Mental promove uma reflexão sobre o estresse a que são submetidos os servidores da segurança pública, em especial os policiais militares, que atuam na linha de frente do combate à criminalidade.

Conforme dados do 13ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 343 policiais civis e militares foram assassinados em 2018, no Brasil. Em 75% dos casos, os assassinatos ocorreram quando os profissionais estavam fora de serviço.

Em Mato Grosso do Sul, apesar de o número de policiais mortos em serviço nos últimos anos ser próximo de zero, o problema é outro: o alto índice de suicídios.

Se em todo o ano passado três militares ceifaram a própria vida, em 2019 já foram cinco. Por outro lado, a última baixa da Polícia Militar em confrontou com marginais ocorreu em 2017.

Segundo a psicóloga Alicia Izidre do Couto, que trata dos militares pela ACS (Associação e Centro Social dos Policiais Militares e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul), estresse, desestímulo e jornada excessiva de trabalho são as principais queixas entre os poucos agentes da corporação que decidem procurar ajuda antes de chegar ao estado de colocar um ponto final à própria existência.

“O policial militar é treinado a se guardar, se proteger e, sendo assim, não falar muito sobre si. Então, são poucos os que procuram ajuda. Mas o que a gente observa é uma sobrecarga de trabalho, de plantões, que, somada à falta de assistência, tem levados muitos à depressão e até à morte”, afirma a psicóloga, que atende cerca de 15 policiais gratuitamente por mês na sede da entidade.

“O esgotamento mental e físico são características da Síndrome de Burnout. É um exemplo de patologia psicossocial, que leva a alteração no comportamento da pessoa, tornando-a mais agressiva e ansiosa”, cita.

Ainda conforme Alícia, muitos nem sequer procuram tratamento por vergonha de serem vistos como “fracos” entre os colegas. “Eles dizem: ‘Como vou ficar visado dentro da tropa? Como um fraco?’. Acredito que, se houvesse uma conscientização de que a saúde mental é, muitas vezes, mais importante que a saúde física, isso seria diferente”, avalia.

A ACS desenvolve, desde o início da atual gestão, um programa de atendimento psicológico gratuito. As consultas acontecem na sede da ACS, em Campo Grande, na Clínica Carandá, no PME (Presídio Militar Estadual) e em viagens pelo interior.

O serviço está disponível diariamente, no horário de funcionamento da sede, e deve ser feito mediante agendamento pelo telefone (67) 3387-8501.

Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da ACS

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